Do Avesso 2018

1. Do Avesso

Letra e Música: Rodrigo Maranhão

Piano – Filipe Melo


Sonho embriagado
Hoje eu acordei perdido
Procurando o teu vestido
Entre roupas penduradas
Sobre o móvel da tv

Hoje eu acordei calado
Coração despedaçado
O meu sonho embriagado
Embolado nos teus pés

Hoje acordei do lado errado
Distraído, descuidado
Encantado por te ver
Hoje eu acordei quebrado
Mil pedaços espalhado
Inventado por você

2. Se Já Não Me Queres

Letra e Música: Luísa Sobral
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Guitarra Portuguesa – Bernardo Couto
Guitarra Barítono e Percussões – Nuno Rafael
Piano – Filipe Melo
Baixo Acústico – Ricardo Cruz
Marimba – Emilie Flop
Trompete – João Moreira


Se já não me queres Se já não me amas
Se a tua mente
Sonha apaixonadamente com outro alguém

Se já não me olhas, já não me desejas
Se quando me beijas não são os meus lábios que queres provar

Então meu amor, faz-me esse favor e vai ser feliz
Não quero ser lembrada
como a mulher que amou quem não a quis

Se o teu abraço já é folgado
Ficas tão distante e o meu peito apertado
Se já não me pensas quando estás sozinho
Se não há saudade nem resta carinho entre nós dois

Então meu amor faz-me esse favor e vai ser feliz
Não quero ser lembrada
como a mulher que amou quem não a quis.

3. Catavento Da Sé

Letra e Música: Miguel Araújo (Inspirado na música tradicional Acorda Maria Acorda)
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Guitarra Acústica - António Zambujo
Guitarra Acústica, Percussão e Coros – Nuno Rafael
Baixo elétrico - Ricardo Cruz
Hammond – Filipe Melo
Percussão – João Moreira
Coros - Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael


Rosa foi pra cidade
Maria foi ver o mar
Joana passou da idade
Eu vou vendo a minha rua
A ver passar

Dona Amélia morreu
Amadeu desanimou
Um dia quis ver o céu
Benzeu-se com o chapéu
E voou

Da minha rua eu vejo ao longe o catavento da sé
E o galo gira ao sabor do vento que vira com a maré
Gira pelo próprio pé
Contra o tempo que gira o relógio da torre da sé

O gato fugiu da fome
O padre deixou-se ficar
O café mudou de nome
E eu vou vendo a minha rua
A ver passar

Maria foi ver o mar
A mãe  disse cautela
Nao ouviu, quis-se casar
Se um dia quiser voltar
Vou estar à janela
A ver a minha rua
A ver passar

Da minha rua eu vejo ao longe o catavento da sé
E o galo gira ao sabor do vento que vira com a maré
Gira pelo próprio pé
Contra o tempo que gira o relógio da torre da sé

4. Sem Palavras

Letra: João Monge
Música: Mário Laginha
Arranjos: Filipe Melo e Nuno Rafael
Orquestração: Filipe Melo

Orquestra - Sinfonietta de Lisboa
Piano, Clavinet e Percussões – Filipe Melo
Guitarras, Baixo Elétrico, Coros e Percussões – Nuno Rafael
Coros: João Zambujo

 

Se eu pudesse dizer
O que o teu olhar diz
Quando me olhas assim
Se eu pudesse colher
A papoila que tu
Deixas dentro de mim

Se eu pudesse morar
Onde o teu coração
Tem a chave do lar
O mundo era perfeito
Tudo tinha o seu jeito
Dentro desse lugar

Se a nuvem fosse embora
E o sol radiasse
Dentro da minha voz
Talvez eu conseguisse
Que a minha voz voltasse
E falasse de nós

Se eu pudesse dizer
Dizer como um segredo
E deixasse no ar
Para mim o teu nome
Eu já era feliz
E deixava-me levar
Libertado do medo
Das palavras com fome

Mas por cada mulher
Que é só feita de amar
E nasceu numa flor
No jardim que tu lavras
Há um homem qualquer
Qua aprendeu a falar
E morrendo de amor
Acabou sem palavras

5. Até O Fim

Letra: Arnaldo Antunes
Música: Cézar Mendes
Arranjo e orquestração: Filipe Melo

Orquestra - Sinfonietta de Lisboa
Piano – Filipe Melo


Se a gente não sabe se ama
Se a gente não sabe se quer
Não vai saciar essa chama
Se não decifrar o que é
Se algo entre nós se insinua
E doce tontura nos traz
O que delicia tortura
E não dá descanso nem paz

É que o amor não se dissolve assim
Sem dor, se não for
Até o fim

Se a gente não sabe se ama
E não se decide que quer
A dúvida não desinflama
Enquanto a gente não se der
Se algo entre nós se anuncia
E não se disfarça sequer
Não dá pra deixar pra outro dia
De outra semana qualquer

É que o amor não se dissolve assim
Sem dor, se não for
Até o fim

6. Não Interessa Nada

Letra e Música: Márcia
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Guitarra Acústica - António Zambujo
Guitarra Portuguesa – Bernardo Couto
Guitarra Elétrica e Percussões – Nuno Rafael
Hammond e Teclados – Filipe Melo
Baixo Acústico – Ricardo Cruz
Trompete – João Moreira
Vibrafone - Emilie Flop

 

Não interessa nada
Viver mascarada
Fingir que se ama
Se não tem coração
Fazer-se cara
Tipo jóia rara
Ardendo apenas na chama
Da televisão
Mesmo que procure só bem vestir
A mulher pomposa passa a vida a investir
Joga com aqueles que consegue iludir
joga com seus trunfos mas mal consegue dormir
E cedo ou tarde acorda em maus lençóis

Não interessa nada
Ficar amuada
Sem sair da cama
Sem sequer se vestir
Mulher cansada
Torna-se  pesada
Fica confinada
Ao peixe que lhe cair
Mesmo que não pense em se divertir
A moça que sossega deve pensar em sair
Dorme conforme as horas que haja pra dormir
Acordará com sono mas acordará a rir
E tem sempre bem cheirosos seus lençóis

Não interessa nada
Ir contrariada
viver conformada
com uma pobre sina.
Mulher que manda
É feliz com quem anda
Faz da vida samba
Dança e desatina
Mesmo que pareça arrebitação
Teimar na vida certa dá mais força ao coração
Fazer-se lenta só a torna cinzenta
Mulher que se sustenta mais se aguenta
Por quem provar o amor dos seus lençóis

Não interessa nada
Viver mascarada
Fingir que se ama
de quem se quer fugir.
A mulher que engana
Faz a sua cama
E ainda se trama
que deixa de dormir.
Ainda que pareça solidariedade
Em vez de um falso amor mais vale ter uma amizade
que o futuro cobra o que não seja de verdade
parece bem na hora mas depois, mais tarde
quem vai desocupar os seus lençóis?

7. Arrufo

Letra Pedro da Silva Martins
Música: António Zambujo
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Toy Piano e Rosetti – Filipe Melo
Banjo e Percussões – Nuno Rafael
Contrabaixo – Ricardo Cruz
Clarinetes – José Miguel Conde
Trompete - João Moreira

 

A julgar por esse teu olhar frio
devo ter feito algum disparate
Ao chegar dei-te um carinho
e o meu mimo
tu negaste
Eu fui pra cama sozinho
e acho que nem reparaste

Tendo em conta esta minha ausência,
talvez o único motivo
Sim, passei a noite fora
Umas horas
Tinha dito
E agora nem almoças
nem te vens deitar comigo

Eu confesso não entendo bem
o porquê de um castigo assim
Sabes que há muitas mulheres também
que queriam ser
o que és pra mim
Pois, então, peço desculpa
por qualquer coisa que não fiz

Tendo em conta esse teu arrufo
É só o perdão que eu peço
Já pus leite no teu prato
E, sensato,
me despeço
Se alguém compreende um gato
compreende o universo

8. Multimilionário

Letra e música: Jorge Benvinda
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Piano – Filipe Melo
Guitarra Portuguesa - Bernardo Couto
Banjo, Guitarra Elétrica e Percussões – Nuno Rafael
Contrabaixo - Ricardo Cruz
Clarinete - José Conde
Trompete – João Moreira

 

Cheguei a pensar , O bom que seria , Poder imigrar
Não tive coragem, Faltou me a bagagem, Pra ir além mar
Sonhei que pra dar , a volta ao mundo, bastava ter fé .
Comprei a taluda, joguei Totoloto e a "meia de pé"

Mas nada saiu , e noites a fio, sonhei em ganhar
Pensei na estratégia, sai da inércia , pra me concentrar
O poder da mente, deixou me contente, raspei um cartão
Ganhei um tesouro, mas era tão pouco, não dava pro Pao

Tinha mais uns trocos, meti-me nos copos, e fui apostar
Não sou derrotista,  pois sou desportista e quero ganhar
Raspei devagar, na esperança de ver a bola a entrar
Gritei que era golo, saíram dois euros, vou ter de apostar

Pois quem muito insiste, nunca desiste, o importante é sonhar
Viver com a esperança, de ir um dia a frança ao shopping comprar
O que apetecer, um carro oferecer a quem muito eu amo
Se agora sair, vou ter de partir e volto pro ano  

Um dia serei,  multimilionario
Jogando certeiro, serei o primeiro a ganhar no café,
Um dia serei, o maior do bairro
Cruzei os dedinhos, que são tão fininhos, agora é que é

9. Amapola

Letra e Música: José Maria Lacalle
Arranjo e orquestração: Filipe Melo

Orquestra - Sinfonietta de Lisboa
Ebow e Lap Steel – Nuno Rafael

 

De amor... en los hierros de tu reja
De amor... escuché la triste queja
De amor... que solo en mi corazón
diciéndome así con su dulce canción

Amapola, lindísima Amapola
será siempre mi alma, tuya sóla.

Yo te quiero, amada niña mía
Igual que ama a la flor, la luz del día

Amapola, lindísima Amapola
no seas tan ingrata, amamé.

Amapola, Amapola
Cómo puedes tu vivir tan sola.

Amapola, lindísima Amapola
no seas tan ingrata, amamé.

Amapola, Amapola
Cómo puedes tu vivir tan sola.

10. Madera de Deriva

Letra e música: Jorge Drexler
Arranjos: Filipe Melo, João Moreira e Nuno Rafael

Voz intro: Jorge Drexler
Percussões – António Zambujo
Guitarra Portuguesa – Bernardo Couto
Piano, Baixo e Percussões – Filipe Melo
Trompete e Percussões – João Moreira
Percussões – Nuno Rafael
Percussões e Contrabaixo – Ricardo Cruz

 

Estoy hecho de madera de deriva
Voy a merced de la resaca del río
Vengo, voy y vengo
Soy todo aquello que no puedo llamar mío
Vengo, voy y vengo
Soy todo aquello que no puedo llamar mío

Tengo las aristas tan pulidas
Me fui tatuando de agua y de tiempo
Vengo, voy y vengo
Soy mucho menos lo que se que lo que siento
Vengo, voy y vengo
Soy mucho menos lo que se que lo que siento

Y un dia derive hacia tu orilla
Quede varado en un recodo de tu arena
Te hiciste con mis sueños y con mis pesadillas
Con mis luces malas y mis noches buenas
No se que es eso que llaman destino
Acaso apenas una veta en la madera

Yo solo se que hice un alto en el camino
Y que hoy me quedaria por siempre a tu vera
Yo solo se que hice un alto en el camino
Y que hoy me quedaria por siempre a tu vera

11. Amor De Antigamente

Letra e Música: Paulo Abreu Lima
Arranjo: Nuno Rafael

Piano e Baixo Elétrico – Filipe Melo
Guitarra Acústica – Nuno Rafael
Ana Cláudia Serrão – Violoncelo
Flugelhorn – João Moreira
Clarinete Baixo – José Miguel Conde

 

O amor d´antigamente
Fazia mossa na gente
Mas era bom de viver
Quantas calças eu rasguei
E joelhos q´esfolei
Meu amor, só p´ra te ver...

Ainda lembro a serenata
À chuva d´um chão de prata
D´um fado q´improvisei
O teu pai quase me mata
Com a viola barata
Que a tanto custo comprei...

Entreditas as escadas
Eu trepava nas sacadas
E jogava umas pedrinhas
Com o coração na boca
E uma vontade mais louca
Tantas as saudades minhas...

Eram noites ao relento
Do muro para a janela
À espera d´um sinal teu...
E mais tarde com o tempo
Um jantar à luz da vela
Deste amor que não morreu...

E se virem dois velhinhos
Com arrufos e beijinhos
Já sabem da sua graça
São gente d´antigamente
Dos amores que são p´ra sempre
A cada dia que passa...

12. Fruta Boa

Letra: Fernando Brant
Música: Milton Nascimento
Arranjo e orquestração: Filipe Melo

Orquestra - Sinfonietta de Lisboa
Piano – Filipe Melo
Baixo Elétrico - Filipe Melo

 

É maduro o nosso amor, não moderno
Fruto de alegria e dor, céu, inferno
Tão vivido o nosso amor, convivência
De felicidade e paciência
É tão bom...

O nosso amor comum é diverso
Divertido mesmo até, paraíso
Para quem conhece bem
Os caminhos
Do amor seu vai e vem
Quem conhece

Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho

É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida

13. Retrato De Bolso

Letra: Aldina Duarte
Música: António Zambujo
Arranjo e orquestração: Filipe Melo

Orquestra - Sinfonietta de Lisboa
Piano -  Filipe Melo

 

Adeus amor
que em mim
o tempo não mudou
A vida
não é assim...
não é
um sonho que acabou

O vento é a viagem
que a vida entristeceu
E eu guardo
aquele retrato
num bolso
que é só teu.

Aqui e ali
eu vou
cantando as melodias
que o meu avô cantou
por nós
todos os dias

Editora: Universal Music Portugal